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terça-feira, 20 de setembro de 2011

E agora?

Em sua mão estava escrito Fodeu!


O rapaz chegara da faculdade como todos os dias fazia. Tomou banho, comeu alguma coisa, jogou videogame durante toda a noite e foi dormir. Teve um sonho estranho, na verdade três sonhos um dentro do outro, mas acordou de todos.
Quando abriu os olhos, igual a todos os dias não percebeu nada de anormal. Lavou o rosto, escovou os dentes, e saiu do quarto para tomar café da manhã. Morava sozinho, então tinha que preparar seu café antes de sair para estudar. Mas isso ele não conseguiu, tudo estava apodrecido e velho em sua casa, não havia luz em sua casa, os recibos de água, luz e internet estavam todos no chão perto da porta – e eram muitos. Naturalmente ele entrou em pânico.
Ligou o computador que deveria ter um pouco de bateria ainda, para tentar localizar data e hora. O sistema não respondeu. Reiniciou e nada, continuou sem resposta. Então resolveu sair de casa para fazer um plano geral da situação. Tudo estava diferente! Foi até a lanchonete que ficava perto (onde às vezes tomava café) e notou que não estava mais ali: havia uma loja em seu lugar.
A força do pânico retornou e ele parou uma senhora que passava. Perguntou as horas, dia, ela respondeu com outra pergunta: “você é parente de um rapaz que morava bem ali há uns cinqüenta anos? Você parece com ele, mas tem tanto tempo que ele desapareceu.”
Novamente o pânico. Dormira por cinqüenta anos, mas não era possível. Como não envelhecera nem um dia, sendo que tudo tinha mudado? Mas estava acontecendo, então ele parou e tentou concentrar-se: aquilo podia ser apenas um sonho. “É isso!”, pensou ele. Estava tranqüilo com a idéia de estar sonhando. Mas ele não estava sonhando.