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terça-feira, 10 de abril de 2012

Conto (Um novo sonho – 09 de abril de 2012)

Um deles começou a falar comigo, tentava entrar em minha mente. Fazia parte de uma legião e servia a um líder perverso de nome composto (que não irei mencionar). Me desafiou para um jogo, do qual me esquivei por um tempo fazendo-o partir. Mas ele continuava tentando e eu clamava o nome do meu mestre para me livrar daquele mal. O inimigo lançava-me feitiços muito fortes que me faziam contorcer de dor e agonia, quando resolvi lutar para acabar com tudo aquilo.
Um portal abriu-se na parede do meu quarto e o rosto do inimigo se revelou nele. Depois desapareceu me fazendo segui-lo pelo mesmo lugar. Como num sonho me deparei com dois exércitos lutando num descampado e um deles era comandado pelo meu inimigo. Lutei contra eles e quando os soldados do outro exército (que perdia a batalha) me viram, animaram-se e começaram a reverter o destino da batalha. Vencemos e derrotei meu inimigo com uma espada que encontrei no campo de batalha.
No entanto, descobri que ele era apenas o primeiro dos generais do líder perverso e que outros viriam, um a um atrás de mim. Abandonei o exército que ajudei e um deles, embainhando a espada, aproximou-se dizendo: “Os generais estão todos adormecidos em um mar de lama e lava, suas armaduras de metal estão todas enfileiradas em duas pontes sobre esse mar. O próximo general só acorda se um anterior morrer, mas o líder deles (que não dizemos o nome) nunca dorme e pode encontrar você antes que vença seus generais. No caminho para o mar de lama e lava você poderá encontrar tanto um general quanto o seu líder. Agora vá!”
Então eu fui e no caminho vi muitas cidades dominadas pelo mal. Em uma delas encontrei a população resistindo à minha passagem. Lá havia um grande portão fechado para o Norte, um portão imenso trancado, protegido por uma força ruim. Foi quando avistei pela primeira vez o líder do mal, seu nome era igual ao nome de uma conhecida constelação. Em estatura era menor que seus generais (que eram muito grandes), mas a maldade ao seu redor era muitas vezes maior e trazia sombra consigo para onde ele estivesse. Estava próximo a uma caverna, justamente para onde fui.
Quando nos encontramos não lutamos, nos enfrentando à distância como duas feras planejando os movimentos seguintes. Então me concentrei em meu mestre pedindo forças e, ainda como uma fera, pronunciei essas palavras ao líder do mal: “Você me trouxe aqui para derrotar-me, mas, em nome da força que trago comigo, você será derrotado!”
E como um grande monstro cresci sobre ele e como uma fera eu rosnei. Igualmente ele reagiu se afastando, chamando mais um de seus generais. O novo general tinha a forma de uma matilha raivosa e veio para mim com muito ódio, enquanto seu líder fugia para esconder-se. Antes de atacar-me o general parou à minha frente com ameaça nos olhos. Mas todos os cães de rua daquela cidade despertaram e vieram se acercar de mim. E antes que o general me atacasse eles o atacaram. A população enfeitiçada percebendo a derrota do general pelos cães de rua tentou me alcançar, muitos outros cães de rua surgiram em meu auxílio e atacaram essas pessoas.
De dentro da caverna saiu um rugido e um homem (o mesmo que me avisara dos generais) apareceu na rua e disse que no fim daquela caverna estava o mar de lama e lava. Então desci até as profundezas do lugar e realmente encontrei um mar incandescente e sobre ele duas pontes e sobre as pontes centenas armaduras enfileiradas. Uma delas acabara de despertar e contra ela eu lutei antes que ganhasse a forma de um general. Em seguida destruí, com a espada, todas as outras armaduras adormecidas.
De volta à superfície achei o céu um pouco mais claro, mas as pessoas ainda estavam enfeitiçadas e tentavam me matar e cada vez mais grupos delas apareciam. Então lembrei de algo que meu mestre me dera, um dom que servia para me comunicar com outras criaturas.
Convoquei alguns animais para me auxiliar na procura pelo líder do mal e pela rua surgiram mais cães, pássaros, elefantes, girafas, cavalos, leões, cangurus e muitos outros, pisoteando, atacando as pessoas enfeitiçadas, varrendo a cidade à procura do inimigo.
E eu transitava pelas ruas, me esquivando de ataques e sendo defendido, quando dois lobos vieram me avisar: haviam encontrado o inimigo escondido e o estavam encurralando. Quando o encontrei estava acossado por diversos animais e lhes pedi que me deixassem passar. Deveria enfrentar aquela criatura sozinho. E foi assim que batalhamos corpo a corpo. E foi assim que ele me feriu gravemente, mas eu consegui derrotá-lo.
As pessoas se livraram do feitiço e vieram me cercar assustadas. Muitos não sabiam o que fazer e para onde ir, estava tudo destruído ao redor. E eu procurei saber sobre o grande protão, o que havia por trás dele e porque estava trancado. Mas eles não sabiam dizer nada sobre isso. Então falei com meu mestre em pensamento e ele me disse apenas que abrisse o portão, pois por ele entrariam pessoas de outras terras, trazendo ajuda para aquela gente, trazendo cura para suas dores depois de tanto tempo de isolamento.
Foi o que fiz. E ao abrir o portão por ele entraram muita luz e muitas novas cores, que invadiram a atmosfera e todos se sentiram mais vivos e puderam respirar melhor. Alegres com tudo aquilo, as pessoas da cidade viram um grande grupo de viajantes surgir ao longo de uma estrada que terminava no portão, traziam roupas, comida e bebida em grande quantidade, vinham dançando e cantado belas canções. E as pessoas agora libertas do mal, agradeceram e pediram que eu ficasse com eles, para curar-me e para liderá-los, recebendo assim benefícios pelo favor que lhes fiz. Mas não aceitei.
Ainda ferido, muito ferido, chamei alguns animais com quem tinha feito amizade durante tudo aquilo. Eram três tigres e uma leoa, eles me ajudariam a chegar em casa. As pessoas ficaram um pouco assustadas com a aproximação dos grandes animais que surgiram no meio da multidão e me cercaram com muito carinho, como entes queridos que sentiram muita falta de mim. Montando no maior tigre eu me despedi das pessoas e parti daquele lugar de volta para a terra onde deveria travar minhas próprias batalhas.