É ilegal sentir-se sufocado
Cale-se! Deixe que te dominem pelo silẽncio
É inútil pensar usando a razão
Deixe que espreitem e tentem te controlar
Cada passo, cada gemido, cada hora
Tudo será observado, você não tem escolha
Não faça silêncio ao andar
Não pise macio, não sussurre
Não vai esconder nada de ninguém
Todos estão atentos
Todos estão esperando
Esperando o primeiro erro
Que depois de tantos
Será apenas mais um.
Casas Destelhadas é um projeto que reúne textos autorais escritos ao longo de alguns anos de minha vida. Poemas, contos, desenhos, crônicas e diversas outras manifestações fazem parte desta coletânea. Inicialmente o projeto contava com a participação de diversos outros amigos, que aqui vão colaborar através de suas caricaturas. Tais contribuições aparecerão em forma de poemas, frases, quadrinhos e músicas das quais esses amigos são autores ou personagens.
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terça-feira, 27 de março de 2012
sexta-feira, 9 de março de 2012
Casas Destelhadas em São Sebastião do Passé-BA (A Coisa Foi Feia!)
Minha
noiva me contou e eu fiquei confuso: um vendaval quase a arrastou
quando ela estava indo para o trabalho. Tudo bem, um vendaval! Mas a
coisa ficou séria quando ela, que ainda estava nervosa, tentou
descrever o acontecido. E nesse tempo eu, tentando entender, estava
ficando agoniado também.
Nunca vou
saber ao certo, pois não estava lá para ver (coisa que lamento),
mas, segundo ela, um redemoinho estava varrendo o lugar e vinha do
bairro do Agostinho do Amaral trazendo telhas de amianto, antenas
parabólicas, tampas de tanques de PVC, tudo isso rodando sobre a
cabeça dela e ela achando que iria morrer. Os fios estouravam e
havia um barulho terrível. No desespero ela perdeu as sandálias e o
guarda-chuva. Procurou um lugar seguro e (sei lá!) esperou...
O método
dela foi se agarrar a uma viga para “não ser arrastada”. Do seu
lado havia dois homens tentando segurar uma motocicleta, temendo que
fosse levada pelo vento (pfff!). Mas, para “melhorar” a situação,
passou uma senhora, desesperada, gritando que “o mundo ia se
acabar, que tinha deixado os filhos na escola...” (imagino a
situação). Depois disso o vendaval se dirigiu para o Centro de
Abastecimento da cidade e arrebentou a estrutura do lugar. Não sei
pra onde o vento foi, mas o estrago foi feio.
Agoniado
por não ter estado ao lado dela para ajudar a se acalmar e observar
o fenômeno fui ao seu encontro e saímos para ver os estragos e por
onde a ventania tinha passado. Foi aí que comecei a procurar
detalhes a respeito da forma da ventania e depois de um tempo ela
disse que tinha “mais de cem metros de altura” e era muito
largo... Nisso eu pensei: “Porra, isso foi um ciclone!, mas um
ciclone no meio de Bastião?”.
Não sei
o que aconteceu, mas aconteceu e levou telhados, fios de alta tensão,
tanques, antenas e veio da região do pasto que fica próximo ao
Agostinho do Amaral. O que eu queria era ter visto (além de estar ao
lado de minha noiva para impedir que acontecesse algo), mas depois
que vi como as casas das pessoas estavam, fiquei triste. Muita gente
ficou no prejuízo. Tinha telhas de zinco penduradas em fios, pedaços
de telhas de amianto espalhados pelas ruas, lixo por todo o lugar...
Para
“compensar”, havia o pessoal, depois de tudo acontecer, pegando
telhas de zinco que tinham caído do Centro de Abastecimento e
levando... para vender, provavelmente. Igualmente, outras pessoas
arrancando os fios de postes para o mesmo fim.
(Agora,
enquanto escrevo, tem um homem falando que as coisas voando pela
cabeça dele pareciam papel, um transformador de energia estourou...
as regiões do Agostinho Amaral, IV Etapa, Alegre e Irmã Dulce
ficaram sem luz até quase 8:00h)
Posso
dizer que foi uma das vezes que já presenciei o caos, a agonia
coletiva, e também o Efeito Gnu (de que tanto fala um amigo meu,
Gilvan).
Ainda
estou confuso com o fato, triste pelas pessoas e com outros problemas
que me impedem de escrever um texto razoavelmente lógico e bom, mas
espero que isso sirva para, ao menos, noticiar o que aconteceu, além
de informar que durante minha caminhada pelo local do acontecido não
notei a presença de representantes do poder público auxiliando as
pessoas que estavam envolvidas na situação (“Bastião não tem
Defesa Civil?” - perguntei a um amigo no Facebook).
Sei que
este texto não está bom, assim como minha cabeça não está. Mas
foi uma tentativa. Fico feliz porque minha noiva está bem, lamento
pelas pessoas que tiveram prejuízos, fico pensando no porque de o
poder público não estar no local cuidando da situação e, além de
tudo, triste por não ter presenciado a coisa toda. No ápice da
minha confusão concluo este texto mal escrito, mas escrito.
Ah,
lembrando que só escrevi isso aqui, porque o blog se chama CASAS
DESTELHADAS e eu não parava de pensar nisso quando via as casas das
pessoas do jeito que estavam.
sábado, 3 de março de 2012
O menino e a bola
O menino com sua bola
Rebola, embola, enrola.
- Vem menino! - Chamava a mãe.
- Agora não mamãe! - Dizia o menino embolado
com sua bola.
- Tomar banho menino! - Insistia a mãe.
- Hoje não mamãe. - Enrolava o menino
rebolando com sua bola.
Irá Alves
(Para Gabriel Jorge, NOSSO sobrinho, que começou na escola essa semana)
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