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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

História sem Moral

Era uma vez um homem
Que podia paralisar o mundo
Batendo as palmas das mãos.

Era o que ele sempre fazia
Quando algo dava errado
Para consertá-las sem ninguém saber.

Mas um dia ele ficou triste
E paralisou todo mundo
Para tomar um porre e ninguém saber

Andando e cambaleando
No retorno para casa
Ele se bateu numa vidraça e algo aconteceu

Um vidro como guilhotina
Desprendeu-se do alto
E acertando seu braço decepou sua mão

Desesperado e sangrando
Ele corria pela rua
Tentando desfazer a magia inutilmente

Sem ninguém para ajudar
Ele continuou sangrando
Sem poder o mundo desparalisar

E o homem morreu
E o mundo ficou paralisado.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Como Reflito

Olhei uma flor de longe
E suas cores fizeram meus olhos brilharem
Cheguei perto e a toquei...
Ela se despetalou.
Senti em mim a fragilidade do Pequeno Príncipe.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Mês de Junho

Há tantas pessoas morrendo nesse mês. .. me pergunto: o que está acontecendo comigo? Para tantos isso é apenas natural, mas... acho que não é bem assim. Revelo hoje algo que me atormenta faz muito tempo...
Uma certa feita, em Feira de Santana, meu primo me disse algo que ficou guardado nas catracas da lembrança. Coisas essa foi tão perturbadora que ainda me deixa perdido na inconstância. O meu aniversário se aproxima... há muito tempo venho sentindo coisas ruins em meu corpo. O que o meu primo disse? Disse que antes dos trinta anos eu teria uma revelação...
Revelações podem ser muitas coisas, mas fico pensando se não se trata de algo que posso sentir e prever e posso prever porque venho fazendo da vida uma ponte para tal lugar.
O engraçado é que já fiz tanta coisa (alguns dizem que para se ser um homem completo é preciso escrever um livro, plantar uma árvore e fazer um filho... Bem, já plantei muitas árvores, já escrevi um livro, mas nunca fiz um filho. E o pior de tudo é que dessas coisas todas a melhor que fiz foi plantar árvores. O livro, em conjunto, nem foi lá tudo isso que se possa respeitar. Mas os poetas que estavam comigo são respeitáveis, apesar de uma, hoje, não se sentir mais poetiza.
Nesse mês só espero não morrer... ainda sonho com um filho, um filho a quem possa ensinar certas coisas (como não ser como eu). Pois eu, vendo tudo o que se confugura à minha vista, acho que não algo que se mereça ser perene. Ninguém deve seguir meus passos, pois não vale a pena. Não faz ninguém feliz.
Este foi o mês que mais me deixou triste e feliz pelos amigos. E dada a incoerência da composição atual, creio que não devo tentar dizer mais nada. Apenas estou triste.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Falta Um Verso

Andei pensando sobre Finais...
O fim do mês,
O fim do ano, do salário

Até mesmo finais menos importantes...
O fim do filme,
O fim do almoço,
O fim da História

Pensei em fins traumáticos...
O fim da angústia e do sofrimento,
O fim da espera
E o fim do Amor

Mas... nenhum deles me atormenta
Não mais que o fim da vida
E, desejando negar a máxima popular,
Quero acordar valorizando o que tenho
Não sendo profeta e vivendo

terça-feira, 10 de abril de 2012

Conto (Um novo sonho – 09 de abril de 2012)

Um deles começou a falar comigo, tentava entrar em minha mente. Fazia parte de uma legião e servia a um líder perverso de nome composto (que não irei mencionar). Me desafiou para um jogo, do qual me esquivei por um tempo fazendo-o partir. Mas ele continuava tentando e eu clamava o nome do meu mestre para me livrar daquele mal. O inimigo lançava-me feitiços muito fortes que me faziam contorcer de dor e agonia, quando resolvi lutar para acabar com tudo aquilo.
Um portal abriu-se na parede do meu quarto e o rosto do inimigo se revelou nele. Depois desapareceu me fazendo segui-lo pelo mesmo lugar. Como num sonho me deparei com dois exércitos lutando num descampado e um deles era comandado pelo meu inimigo. Lutei contra eles e quando os soldados do outro exército (que perdia a batalha) me viram, animaram-se e começaram a reverter o destino da batalha. Vencemos e derrotei meu inimigo com uma espada que encontrei no campo de batalha.
No entanto, descobri que ele era apenas o primeiro dos generais do líder perverso e que outros viriam, um a um atrás de mim. Abandonei o exército que ajudei e um deles, embainhando a espada, aproximou-se dizendo: “Os generais estão todos adormecidos em um mar de lama e lava, suas armaduras de metal estão todas enfileiradas em duas pontes sobre esse mar. O próximo general só acorda se um anterior morrer, mas o líder deles (que não dizemos o nome) nunca dorme e pode encontrar você antes que vença seus generais. No caminho para o mar de lama e lava você poderá encontrar tanto um general quanto o seu líder. Agora vá!”
Então eu fui e no caminho vi muitas cidades dominadas pelo mal. Em uma delas encontrei a população resistindo à minha passagem. Lá havia um grande portão fechado para o Norte, um portão imenso trancado, protegido por uma força ruim. Foi quando avistei pela primeira vez o líder do mal, seu nome era igual ao nome de uma conhecida constelação. Em estatura era menor que seus generais (que eram muito grandes), mas a maldade ao seu redor era muitas vezes maior e trazia sombra consigo para onde ele estivesse. Estava próximo a uma caverna, justamente para onde fui.
Quando nos encontramos não lutamos, nos enfrentando à distância como duas feras planejando os movimentos seguintes. Então me concentrei em meu mestre pedindo forças e, ainda como uma fera, pronunciei essas palavras ao líder do mal: “Você me trouxe aqui para derrotar-me, mas, em nome da força que trago comigo, você será derrotado!”
E como um grande monstro cresci sobre ele e como uma fera eu rosnei. Igualmente ele reagiu se afastando, chamando mais um de seus generais. O novo general tinha a forma de uma matilha raivosa e veio para mim com muito ódio, enquanto seu líder fugia para esconder-se. Antes de atacar-me o general parou à minha frente com ameaça nos olhos. Mas todos os cães de rua daquela cidade despertaram e vieram se acercar de mim. E antes que o general me atacasse eles o atacaram. A população enfeitiçada percebendo a derrota do general pelos cães de rua tentou me alcançar, muitos outros cães de rua surgiram em meu auxílio e atacaram essas pessoas.
De dentro da caverna saiu um rugido e um homem (o mesmo que me avisara dos generais) apareceu na rua e disse que no fim daquela caverna estava o mar de lama e lava. Então desci até as profundezas do lugar e realmente encontrei um mar incandescente e sobre ele duas pontes e sobre as pontes centenas armaduras enfileiradas. Uma delas acabara de despertar e contra ela eu lutei antes que ganhasse a forma de um general. Em seguida destruí, com a espada, todas as outras armaduras adormecidas.
De volta à superfície achei o céu um pouco mais claro, mas as pessoas ainda estavam enfeitiçadas e tentavam me matar e cada vez mais grupos delas apareciam. Então lembrei de algo que meu mestre me dera, um dom que servia para me comunicar com outras criaturas.
Convoquei alguns animais para me auxiliar na procura pelo líder do mal e pela rua surgiram mais cães, pássaros, elefantes, girafas, cavalos, leões, cangurus e muitos outros, pisoteando, atacando as pessoas enfeitiçadas, varrendo a cidade à procura do inimigo.
E eu transitava pelas ruas, me esquivando de ataques e sendo defendido, quando dois lobos vieram me avisar: haviam encontrado o inimigo escondido e o estavam encurralando. Quando o encontrei estava acossado por diversos animais e lhes pedi que me deixassem passar. Deveria enfrentar aquela criatura sozinho. E foi assim que batalhamos corpo a corpo. E foi assim que ele me feriu gravemente, mas eu consegui derrotá-lo.
As pessoas se livraram do feitiço e vieram me cercar assustadas. Muitos não sabiam o que fazer e para onde ir, estava tudo destruído ao redor. E eu procurei saber sobre o grande protão, o que havia por trás dele e porque estava trancado. Mas eles não sabiam dizer nada sobre isso. Então falei com meu mestre em pensamento e ele me disse apenas que abrisse o portão, pois por ele entrariam pessoas de outras terras, trazendo ajuda para aquela gente, trazendo cura para suas dores depois de tanto tempo de isolamento.
Foi o que fiz. E ao abrir o portão por ele entraram muita luz e muitas novas cores, que invadiram a atmosfera e todos se sentiram mais vivos e puderam respirar melhor. Alegres com tudo aquilo, as pessoas da cidade viram um grande grupo de viajantes surgir ao longo de uma estrada que terminava no portão, traziam roupas, comida e bebida em grande quantidade, vinham dançando e cantado belas canções. E as pessoas agora libertas do mal, agradeceram e pediram que eu ficasse com eles, para curar-me e para liderá-los, recebendo assim benefícios pelo favor que lhes fiz. Mas não aceitei.
Ainda ferido, muito ferido, chamei alguns animais com quem tinha feito amizade durante tudo aquilo. Eram três tigres e uma leoa, eles me ajudariam a chegar em casa. As pessoas ficaram um pouco assustadas com a aproximação dos grandes animais que surgiram no meio da multidão e me cercaram com muito carinho, como entes queridos que sentiram muita falta de mim. Montando no maior tigre eu me despedi das pessoas e parti daquele lugar de volta para a terra onde deveria travar minhas próprias batalhas.

terça-feira, 27 de março de 2012

25 de junho de 2011

É ilegal sentir-se sufocado
Cale-se! Deixe que te dominem pelo silẽncio
É inútil pensar usando a razão
Deixe que espreitem e tentem te controlar

Cada passo, cada gemido, cada hora
Tudo será observado, você não tem escolha

Não faça silêncio ao andar
Não pise macio, não sussurre
Não vai esconder nada de ninguém
Todos estão atentos

Todos estão esperando
Esperando o  primeiro erro
Que depois de tantos
Será apenas mais um.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Casas Destelhadas em São Sebastião do Passé-BA (A Coisa Foi Feia!)


Minha noiva me contou e eu fiquei confuso: um vendaval quase a arrastou quando ela estava indo para o trabalho. Tudo bem, um vendaval! Mas a coisa ficou séria quando ela, que ainda estava nervosa, tentou descrever o acontecido. E nesse tempo eu, tentando entender, estava ficando agoniado também.
Nunca vou saber ao certo, pois não estava lá para ver (coisa que lamento), mas, segundo ela, um redemoinho estava varrendo o lugar e vinha do bairro do Agostinho do Amaral trazendo telhas de amianto, antenas parabólicas, tampas de tanques de PVC, tudo isso rodando sobre a cabeça dela e ela achando que iria morrer. Os fios estouravam e havia um barulho terrível. No desespero ela perdeu as sandálias e o guarda-chuva. Procurou um lugar seguro e (sei lá!) esperou...
O método dela foi se agarrar a uma viga para “não ser arrastada”. Do seu lado havia dois homens tentando segurar uma motocicleta, temendo que fosse levada pelo vento (pfff!). Mas, para “melhorar” a situação, passou uma senhora, desesperada, gritando que “o mundo ia se acabar, que tinha deixado os filhos na escola...” (imagino a situação). Depois disso o vendaval se dirigiu para o Centro de Abastecimento da cidade e arrebentou a estrutura do lugar. Não sei pra onde o vento foi, mas o estrago foi feio.
Agoniado por não ter estado ao lado dela para ajudar a se acalmar e observar o fenômeno fui ao seu encontro e saímos para ver os estragos e por onde a ventania tinha passado. Foi aí que comecei a procurar detalhes a respeito da forma da ventania e depois de um tempo ela disse que tinha “mais de cem metros de altura” e era muito largo... Nisso eu pensei: “Porra, isso foi um ciclone!, mas um ciclone no meio de Bastião?”.
Não sei o que aconteceu, mas aconteceu e levou telhados, fios de alta tensão, tanques, antenas e veio da região do pasto que fica próximo ao Agostinho do Amaral. O que eu queria era ter visto (além de estar ao lado de minha noiva para impedir que acontecesse algo), mas depois que vi como as casas das pessoas estavam, fiquei triste. Muita gente ficou no prejuízo. Tinha telhas de zinco penduradas em fios, pedaços de telhas de amianto espalhados pelas ruas, lixo por todo o lugar...
Para “compensar”, havia o pessoal, depois de tudo acontecer, pegando telhas de zinco que tinham caído do Centro de Abastecimento e levando... para vender, provavelmente. Igualmente, outras pessoas arrancando os fios de postes para o mesmo fim.
(Agora, enquanto escrevo, tem um homem falando que as coisas voando pela cabeça dele pareciam papel, um transformador de energia estourou... as regiões do Agostinho Amaral, IV Etapa, Alegre e Irmã Dulce ficaram sem luz até quase 8:00h)
Posso dizer que foi uma das vezes que já presenciei o caos, a agonia coletiva, e também o Efeito Gnu (de que tanto fala um amigo meu, Gilvan).
Ainda estou confuso com o fato, triste pelas pessoas e com outros problemas que me impedem de escrever um texto razoavelmente lógico e bom, mas espero que isso sirva para, ao menos, noticiar o que aconteceu, além de informar que durante minha caminhada pelo local do acontecido não notei a presença de representantes do poder público auxiliando as pessoas que estavam envolvidas na situação (“Bastião não tem Defesa Civil?” - perguntei a um amigo no Facebook).
Sei que este texto não está bom, assim como minha cabeça não está. Mas foi uma tentativa. Fico feliz porque minha noiva está bem, lamento pelas pessoas que tiveram prejuízos, fico pensando no porque de o poder público não estar no local cuidando da situação e, além de tudo, triste por não ter presenciado a coisa toda. No ápice da minha confusão concluo este texto mal escrito, mas escrito.
Ah, lembrando que só escrevi isso aqui, porque o blog se chama CASAS DESTELHADAS e eu não parava de pensar nisso quando via as casas das pessoas do jeito que estavam.

sábado, 3 de março de 2012

O menino e a bola


O menino com sua bola
Rebola, embola, enrola.
- Vem menino! - Chamava a mãe.
- Agora não mamãe! - Dizia o menino embolado com sua bola.
- Tomar banho menino! - Insistia a mãe.
- Hoje não mamãe. - Enrolava o menino rebolando com sua bola.

Irá Alves

(Para Gabriel Jorge, NOSSO sobrinho, que começou na escola essa semana)

Televisão de Cachorro

Solução do meu Tetris
Chave Mágica do meu Star Road
Combo do meu Fatality

Você é a peça certa
A que faltava
A que resolve os meus problemas

Você é a combinação certa de botões
Você é a solução no último segundo
Não dá para passar de fase sem você


dell Rios