Era uma vez um homem
Que podia paralisar o mundo
Batendo as palmas das mãos.
Era o que ele sempre fazia
Quando algo dava errado
Para consertá-las sem ninguém saber.
Mas um dia ele ficou triste
E paralisou todo mundo
Para tomar um porre e ninguém saber
Andando e cambaleando
No retorno para casa
Ele se bateu numa vidraça e algo aconteceu
Um vidro como guilhotina
Desprendeu-se do alto
E acertando seu braço decepou sua mão
Desesperado e sangrando
Ele corria pela rua
Tentando desfazer a magia inutilmente
Sem ninguém para ajudar
Ele continuou sangrando
Sem poder o mundo desparalisar
E o homem morreu
E o mundo ficou paralisado.
Casas Destelhadas é um projeto que reúne textos autorais escritos ao longo de alguns anos de minha vida. Poemas, contos, desenhos, crônicas e diversas outras manifestações fazem parte desta coletânea. Inicialmente o projeto contava com a participação de diversos outros amigos, que aqui vão colaborar através de suas caricaturas. Tais contribuições aparecerão em forma de poemas, frases, quadrinhos e músicas das quais esses amigos são autores ou personagens.
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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
Como Reflito
Olhei uma flor de longe
E suas cores fizeram meus olhos brilharem
Cheguei perto e a toquei...
Ela se despetalou.
Senti em mim a fragilidade do Pequeno Príncipe.
E suas cores fizeram meus olhos brilharem
Cheguei perto e a toquei...
Ela se despetalou.
Senti em mim a fragilidade do Pequeno Príncipe.
segunda-feira, 25 de junho de 2012
Mês de Junho
Há tantas pessoas morrendo nesse mês. .. me pergunto: o que está acontecendo comigo? Para tantos isso é apenas natural, mas... acho que não é bem assim. Revelo hoje algo que me atormenta faz muito tempo...
Uma certa feita, em Feira de Santana, meu primo me disse algo que ficou guardado nas catracas da lembrança. Coisas essa foi tão perturbadora que ainda me deixa perdido na inconstância. O meu aniversário se aproxima... há muito tempo venho sentindo coisas ruins em meu corpo. O que o meu primo disse? Disse que antes dos trinta anos eu teria uma revelação...
Revelações podem ser muitas coisas, mas fico pensando se não se trata de algo que posso sentir e prever e posso prever porque venho fazendo da vida uma ponte para tal lugar.
O engraçado é que já fiz tanta coisa (alguns dizem que para se ser um homem completo é preciso escrever um livro, plantar uma árvore e fazer um filho... Bem, já plantei muitas árvores, já escrevi um livro, mas nunca fiz um filho. E o pior de tudo é que dessas coisas todas a melhor que fiz foi plantar árvores. O livro, em conjunto, nem foi lá tudo isso que se possa respeitar. Mas os poetas que estavam comigo são respeitáveis, apesar de uma, hoje, não se sentir mais poetiza.
Nesse mês só espero não morrer... ainda sonho com um filho, um filho a quem possa ensinar certas coisas (como não ser como eu). Pois eu, vendo tudo o que se confugura à minha vista, acho que não algo que se mereça ser perene. Ninguém deve seguir meus passos, pois não vale a pena. Não faz ninguém feliz.
Este foi o mês que mais me deixou triste e feliz pelos amigos. E dada a incoerência da composição atual, creio que não devo tentar dizer mais nada. Apenas estou triste.
Uma certa feita, em Feira de Santana, meu primo me disse algo que ficou guardado nas catracas da lembrança. Coisas essa foi tão perturbadora que ainda me deixa perdido na inconstância. O meu aniversário se aproxima... há muito tempo venho sentindo coisas ruins em meu corpo. O que o meu primo disse? Disse que antes dos trinta anos eu teria uma revelação...
Revelações podem ser muitas coisas, mas fico pensando se não se trata de algo que posso sentir e prever e posso prever porque venho fazendo da vida uma ponte para tal lugar.
O engraçado é que já fiz tanta coisa (alguns dizem que para se ser um homem completo é preciso escrever um livro, plantar uma árvore e fazer um filho... Bem, já plantei muitas árvores, já escrevi um livro, mas nunca fiz um filho. E o pior de tudo é que dessas coisas todas a melhor que fiz foi plantar árvores. O livro, em conjunto, nem foi lá tudo isso que se possa respeitar. Mas os poetas que estavam comigo são respeitáveis, apesar de uma, hoje, não se sentir mais poetiza.
Nesse mês só espero não morrer... ainda sonho com um filho, um filho a quem possa ensinar certas coisas (como não ser como eu). Pois eu, vendo tudo o que se confugura à minha vista, acho que não algo que se mereça ser perene. Ninguém deve seguir meus passos, pois não vale a pena. Não faz ninguém feliz.
Este foi o mês que mais me deixou triste e feliz pelos amigos. E dada a incoerência da composição atual, creio que não devo tentar dizer mais nada. Apenas estou triste.
terça-feira, 22 de maio de 2012
Falta Um Verso
Andei pensando sobre Finais...
O fim do mês,
O fim do ano, do salário
Até mesmo finais menos importantes...
O fim do filme,
O fim do almoço,
O fim da História
Pensei em fins traumáticos...
O fim da angústia e do sofrimento,
O fim da espera
E o fim do Amor
Mas... nenhum deles me atormenta
Não mais que o fim da vida
E, desejando negar a máxima popular,
Quero acordar valorizando o que tenho
Não sendo profeta e vivendo
O fim do mês,
O fim do ano, do salário
Até mesmo finais menos importantes...
O fim do filme,
O fim do almoço,
O fim da História
Pensei em fins traumáticos...
O fim da angústia e do sofrimento,
O fim da espera
E o fim do Amor
Mas... nenhum deles me atormenta
Não mais que o fim da vida
E, desejando negar a máxima popular,
Quero acordar valorizando o que tenho
Não sendo profeta e vivendo
terça-feira, 10 de abril de 2012
Conto (Um novo sonho – 09 de abril de 2012)
Um deles começou a falar comigo, tentava entrar em minha mente.
Fazia parte de uma legião e servia a um líder perverso de nome
composto (que não irei mencionar). Me desafiou para um jogo, do qual
me esquivei por um tempo fazendo-o partir. Mas ele continuava
tentando e eu clamava o nome do meu mestre para me livrar daquele
mal. O inimigo lançava-me feitiços muito fortes que me faziam
contorcer de dor e agonia, quando resolvi lutar para acabar com tudo
aquilo.
Um portal abriu-se na parede do meu quarto e o rosto do inimigo se
revelou nele. Depois desapareceu me fazendo segui-lo pelo mesmo
lugar. Como num sonho me deparei com dois exércitos lutando num
descampado e um deles era comandado pelo meu inimigo. Lutei contra
eles e quando os soldados do outro exército (que perdia a batalha)
me viram, animaram-se e começaram a reverter o destino da batalha.
Vencemos e derrotei meu inimigo com uma espada que encontrei no campo
de batalha.
No entanto, descobri que ele era apenas o primeiro dos generais do
líder perverso e que outros viriam, um a um atrás de mim. Abandonei
o exército que ajudei e um deles, embainhando a espada, aproximou-se
dizendo: “Os generais estão todos adormecidos em um mar de lama e lava,
suas armaduras de metal estão todas enfileiradas em duas pontes
sobre esse mar. O próximo general só acorda se um anterior morrer,
mas o líder deles (que não dizemos o nome) nunca dorme e pode
encontrar você antes que vença seus generais. No caminho para o
mar de lama e lava você poderá encontrar tanto um general quanto o
seu líder. Agora vá!”
Então eu fui e no caminho vi muitas cidades dominadas pelo mal. Em
uma delas encontrei a população resistindo à minha passagem. Lá
havia um grande portão fechado para o Norte, um portão imenso
trancado, protegido por uma força ruim. Foi quando avistei pela
primeira vez o líder do mal, seu nome era igual ao nome de uma
conhecida constelação. Em estatura era menor que seus generais (que
eram muito grandes), mas a maldade ao seu redor era muitas vezes
maior e trazia sombra consigo para onde ele estivesse. Estava próximo
a uma caverna, justamente para onde fui.
Quando nos encontramos não lutamos, nos enfrentando à distância
como duas feras planejando os movimentos seguintes. Então me
concentrei em meu mestre pedindo forças e, ainda como uma fera,
pronunciei essas palavras ao líder do mal: “Você me trouxe aqui para derrotar-me, mas, em nome da força que
trago comigo, você será derrotado!”
E como um grande monstro cresci sobre ele e como uma fera eu rosnei.
Igualmente ele reagiu se afastando, chamando mais um de seus
generais. O novo general tinha a forma de uma matilha raivosa e veio
para mim com muito ódio, enquanto seu líder fugia para esconder-se.
Antes de atacar-me o general parou à minha frente com ameaça nos
olhos. Mas todos os cães de rua daquela cidade despertaram e vieram
se acercar de mim. E antes que o general me atacasse eles o atacaram.
A população enfeitiçada percebendo a derrota do general pelos cães
de rua tentou me alcançar, muitos outros cães de rua surgiram em
meu auxílio e atacaram essas pessoas.
De dentro da caverna saiu um rugido e um homem (o mesmo que me
avisara dos generais) apareceu na rua e disse que no fim daquela
caverna estava o mar de lama e lava. Então desci até as profundezas
do lugar e realmente encontrei um mar incandescente e sobre ele duas
pontes e sobre as pontes centenas armaduras enfileiradas. Uma delas
acabara de despertar e contra ela eu lutei antes que ganhasse a forma
de um general. Em seguida destruí, com a espada, todas as outras
armaduras adormecidas.
De volta à superfície achei o céu um pouco mais claro, mas as
pessoas ainda estavam enfeitiçadas e tentavam me matar e cada vez
mais grupos delas apareciam. Então lembrei de algo que meu mestre me
dera, um dom que servia para me comunicar com outras criaturas.
Convoquei alguns animais para me auxiliar na procura pelo líder do
mal e pela rua surgiram mais cães, pássaros, elefantes, girafas,
cavalos, leões, cangurus e muitos outros, pisoteando, atacando as
pessoas enfeitiçadas, varrendo a cidade à procura do inimigo.
E eu transitava pelas ruas, me esquivando de ataques e sendo
defendido, quando dois lobos vieram me avisar: haviam encontrado o
inimigo escondido e o estavam encurralando. Quando o encontrei estava
acossado por diversos animais e lhes pedi que me deixassem passar.
Deveria enfrentar aquela criatura sozinho. E foi assim que batalhamos
corpo a corpo. E foi assim que ele me feriu gravemente, mas eu
consegui derrotá-lo.
As pessoas se livraram do feitiço e vieram me cercar assustadas.
Muitos não sabiam o que fazer e para onde ir, estava tudo destruído
ao redor. E eu procurei saber sobre o grande protão, o que havia
por trás dele e porque estava trancado. Mas eles não sabiam dizer
nada sobre isso. Então falei com meu mestre em pensamento e ele me
disse apenas que abrisse o portão, pois por ele entrariam pessoas de
outras terras, trazendo ajuda para aquela gente, trazendo cura para
suas dores depois de tanto tempo de isolamento.
Foi o que fiz. E ao abrir o portão por ele entraram muita luz e
muitas novas cores, que invadiram a atmosfera e todos se sentiram
mais vivos e puderam respirar melhor. Alegres com tudo aquilo, as
pessoas da cidade viram um grande grupo de viajantes surgir ao longo
de uma estrada que terminava no portão, traziam roupas, comida e
bebida em grande quantidade, vinham dançando e cantado belas
canções. E as pessoas agora libertas do mal, agradeceram e pediram
que eu ficasse com eles, para curar-me e para liderá-los, recebendo
assim benefícios pelo favor que lhes fiz. Mas não aceitei.
Ainda ferido, muito ferido, chamei alguns animais com quem tinha
feito amizade durante tudo aquilo. Eram três tigres e uma leoa, eles
me ajudariam a chegar em casa. As pessoas ficaram um pouco assustadas
com a aproximação dos grandes animais que surgiram no meio da
multidão e me cercaram com muito carinho, como entes queridos que
sentiram muita falta de mim. Montando no maior tigre eu me despedi
das pessoas e parti daquele lugar de volta para a terra onde deveria
travar minhas próprias batalhas.
terça-feira, 27 de março de 2012
25 de junho de 2011
É ilegal sentir-se sufocado
Cale-se! Deixe que te dominem pelo silẽncio
É inútil pensar usando a razão
Deixe que espreitem e tentem te controlar
Cada passo, cada gemido, cada hora
Tudo será observado, você não tem escolha
Não faça silêncio ao andar
Não pise macio, não sussurre
Não vai esconder nada de ninguém
Todos estão atentos
Todos estão esperando
Esperando o primeiro erro
Que depois de tantos
Será apenas mais um.
Cale-se! Deixe que te dominem pelo silẽncio
É inútil pensar usando a razão
Deixe que espreitem e tentem te controlar
Cada passo, cada gemido, cada hora
Tudo será observado, você não tem escolha
Não faça silêncio ao andar
Não pise macio, não sussurre
Não vai esconder nada de ninguém
Todos estão atentos
Todos estão esperando
Esperando o primeiro erro
Que depois de tantos
Será apenas mais um.
sexta-feira, 9 de março de 2012
Casas Destelhadas em São Sebastião do Passé-BA (A Coisa Foi Feia!)
Minha
noiva me contou e eu fiquei confuso: um vendaval quase a arrastou
quando ela estava indo para o trabalho. Tudo bem, um vendaval! Mas a
coisa ficou séria quando ela, que ainda estava nervosa, tentou
descrever o acontecido. E nesse tempo eu, tentando entender, estava
ficando agoniado também.
Nunca vou
saber ao certo, pois não estava lá para ver (coisa que lamento),
mas, segundo ela, um redemoinho estava varrendo o lugar e vinha do
bairro do Agostinho do Amaral trazendo telhas de amianto, antenas
parabólicas, tampas de tanques de PVC, tudo isso rodando sobre a
cabeça dela e ela achando que iria morrer. Os fios estouravam e
havia um barulho terrível. No desespero ela perdeu as sandálias e o
guarda-chuva. Procurou um lugar seguro e (sei lá!) esperou...
O método
dela foi se agarrar a uma viga para “não ser arrastada”. Do seu
lado havia dois homens tentando segurar uma motocicleta, temendo que
fosse levada pelo vento (pfff!). Mas, para “melhorar” a situação,
passou uma senhora, desesperada, gritando que “o mundo ia se
acabar, que tinha deixado os filhos na escola...” (imagino a
situação). Depois disso o vendaval se dirigiu para o Centro de
Abastecimento da cidade e arrebentou a estrutura do lugar. Não sei
pra onde o vento foi, mas o estrago foi feio.
Agoniado
por não ter estado ao lado dela para ajudar a se acalmar e observar
o fenômeno fui ao seu encontro e saímos para ver os estragos e por
onde a ventania tinha passado. Foi aí que comecei a procurar
detalhes a respeito da forma da ventania e depois de um tempo ela
disse que tinha “mais de cem metros de altura” e era muito
largo... Nisso eu pensei: “Porra, isso foi um ciclone!, mas um
ciclone no meio de Bastião?”.
Não sei
o que aconteceu, mas aconteceu e levou telhados, fios de alta tensão,
tanques, antenas e veio da região do pasto que fica próximo ao
Agostinho do Amaral. O que eu queria era ter visto (além de estar ao
lado de minha noiva para impedir que acontecesse algo), mas depois
que vi como as casas das pessoas estavam, fiquei triste. Muita gente
ficou no prejuízo. Tinha telhas de zinco penduradas em fios, pedaços
de telhas de amianto espalhados pelas ruas, lixo por todo o lugar...
Para
“compensar”, havia o pessoal, depois de tudo acontecer, pegando
telhas de zinco que tinham caído do Centro de Abastecimento e
levando... para vender, provavelmente. Igualmente, outras pessoas
arrancando os fios de postes para o mesmo fim.
(Agora,
enquanto escrevo, tem um homem falando que as coisas voando pela
cabeça dele pareciam papel, um transformador de energia estourou...
as regiões do Agostinho Amaral, IV Etapa, Alegre e Irmã Dulce
ficaram sem luz até quase 8:00h)
Posso
dizer que foi uma das vezes que já presenciei o caos, a agonia
coletiva, e também o Efeito Gnu (de que tanto fala um amigo meu,
Gilvan).
Ainda
estou confuso com o fato, triste pelas pessoas e com outros problemas
que me impedem de escrever um texto razoavelmente lógico e bom, mas
espero que isso sirva para, ao menos, noticiar o que aconteceu, além
de informar que durante minha caminhada pelo local do acontecido não
notei a presença de representantes do poder público auxiliando as
pessoas que estavam envolvidas na situação (“Bastião não tem
Defesa Civil?” - perguntei a um amigo no Facebook).
Sei que
este texto não está bom, assim como minha cabeça não está. Mas
foi uma tentativa. Fico feliz porque minha noiva está bem, lamento
pelas pessoas que tiveram prejuízos, fico pensando no porque de o
poder público não estar no local cuidando da situação e, além de
tudo, triste por não ter presenciado a coisa toda. No ápice da
minha confusão concluo este texto mal escrito, mas escrito.
Ah,
lembrando que só escrevi isso aqui, porque o blog se chama CASAS
DESTELHADAS e eu não parava de pensar nisso quando via as casas das
pessoas do jeito que estavam.
sábado, 3 de março de 2012
O menino e a bola
O menino com sua bola
Rebola, embola, enrola.
- Vem menino! - Chamava a mãe.
- Agora não mamãe! - Dizia o menino embolado
com sua bola.
- Tomar banho menino! - Insistia a mãe.
- Hoje não mamãe. - Enrolava o menino
rebolando com sua bola.
Irá Alves
(Para Gabriel Jorge, NOSSO sobrinho, que começou na escola essa semana)
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